Os nossos destaques para a Director’s Cut

A programação da secção Director’s Cut conta com filmes novos que mergulham na memória do cinema como sua principal inspiração e matéria-prima, obras que retrabalham o património visual cinematográfico. Aqui ficam os nossos destaques:

The History of the Civil War, de Dziga Vertov, restaurado em 2021, no ano do centenário da exibição do documentário original, acompanha os anos de ressaca da Revolução Russa de 1917 e contém imagens de figuras históricas como Trotski. Este filme estava considerado como perdido (ou reutilizado noutras obras do realizador), mas é finalmente apresentado ao público, um século depois, dado o trabalho de reconstrução do académico Nikolai Izvolov.

Prism, de An van. Dienderen, Eleornore Eleornore e Rosine Mbakam – vencedora do Prémio de Melhor Longa-Metragem da última edição do festival, com Les Prières de Delphine – parte de discussões e debates entre as três realizadoras para questionar a construção cinematográfica da whiteness e a sua relação com poder e privilégio. O filme é dividido em três partes, cada uma da responsabilidade de uma das realizadoras, e explora as suas diferentes perspectivas como cineastas e as suas diferentes vivências, resultado da cor da pele de cada uma.

Em The Timekeepers of Eternity, de Aristotelis Maragkos, dez desconhecidos acordam num voo nocturno de Boston para Los Angeles, descobrindo, para seu pânico, que o resto dos passageiros e a tripulação desapareceram. Assim começa uma novela de Stephen King, depois adaptada a mini-série televisiva por Tom Holland, em 1995. Agora, é The Langoliers, a bizarra série de Holland que é transformada e reformulada através de uma técnica de animação e colagem neste filme experimental que enaltece a temática e as performances dos actores.