O cinema e os realizadores também são matéria para filme da selecção oficial deste ano, permitindo que curiosos e estudiosos explorem histórias e escolas ligadas à sétima arte.
Primeira nota para Exprmntl, o documentário de Brecht Debackere que visita as turbulentas cinco edições do festival fundado por Jacques Ledoux, director da Cinemateca Belga.
Na Srebrnym globie, o maldito filme de ficção científica de Andrzej Żuławski, que foi boicotado pelo governo comunista belga, é apresentado num restauro digital que revela o artista visionário que era Żuławski. Quinta, 4 de Maio, na Cinemateca Portuguesa.
Em Nasci com a Trovoada Leonor Areal faz uma homenagem ao único realizador neo-realista do cinema nacional, Manuel de Guimarães. Terça, 9 de Maio, na Cinemateca Portuguesa. Outra homenagem a de Alejandra Rojo ao cineasta Raoul Ruiz no documentário Raoul Ruiz Contre L’ignorance Fiction! (11 de maio na Cinemateca Portuguesa). Zeigen was man liebt recupera o espírito e os excessos criativos da geração de cineastas alemães dos anos 60, num documentário orientado pela actriz Iris Berben e o crítico Uwe Nettelbeck.
Les dames du bois de Bologne, o filme que consolidou a reputação de Bresson, é uma história de vinganças amorosas, encenações e arrependimentos. Passa na Cinemateca Portuguesa a 11 de Maio.
Un, parfois deux…, acompanha a rodagem dos dois filmes que Vecchiali filmou em 2015, na sua casa de Plan de la Tour: C’est l’amour e Le Cancre (ambos parte da retrospectiva dedicada ao realizador). O documentário que revela de forma próxima e intima os métodos e qualidades do trabalho do octogenário cineasta, será exibido na Cinemateca Portuguesa a 8 de Maio.
A fechar as rotas sobre cinema e movimentos relacionados, o bloco especial de curtas do Director’s Cut. Dietmar Brehm constrói, em Hallo Mabuse, uma hipnótica apropriação de Das testament des Dr. Mabuse (1933), de Fritz Lang. Young Mr. Lincoln por Eisenstein é uma divertida remontagem do filme de Ford, segundo o estilo do realizador russo. Em Tati vs. Bresson: The Gag, de Mark Rappaport, comparam-se os olhares de dois realizadores (aparentemente) muito diferentes. Já Filipe Afonso elabora, em Special A/Effects, uma reflexão sobre o cinema enquanto ilusão. Por fim visitamos a rodagem de Fitzcarraldo (1982), quando o líder de uma tribo da Amazónia propôs a Werner Herzog matar Klaus Kinski, para restabelecer a paz (Killing Klaus Kinski).