Propondo novos olhares sobre temáticas próximas à comunidade gay estes são os filmes que, de maneira mais próxima, pensam a sexualidade e as questões de géneros na edição 2017 do IndieLisboa.
Em Cidade do Futuro, Cláudio Marques e Marília Hughes fundem a história da maior migração compulsória do Brasil depois da Segunda Guerra Mundial com a ficção em torno de uma família fora de padrões. Três jovens, dois rapazes gay e uma rapariga grávida compõem a trama central deste filme documentário sobre os mecanismos da mudança. Para ver no Cinema São Jorge (12 Maio) e Cinema Ideal (13 Maio).
Falar sobre sexualidade, desejos, fantasias, frustrações e medos era o desafio do open-call lançado por Mette Carla Albrechtsen e Lea Glob. Um casting que deveria ter dado outro filme, mas que, pela qualidade do material recolhido, gerou este Venus: um olhar confessional e cândido sobre a sexualidade feminina, sem espaço para vergonhas ou inibições. A história de mais de cem mulheres para ver a 5 e 14 de Maio na Culturgest.
Benjamin Smoke é o retrato, pouco ortodoxo, do vocalista drag queen dos Opal Foxx (mais tarde nomeados Smoke), criatura renegada, etérea e acelerada, homossexual, dependente de drogas, com VIH e Hepatite C. Realizado por Jem Cohen, em colaboração com Peter Sillen e Patti Smith, este documentário acompanha uma pessoa rumo à sua morte, depois de uma vida sem freios. Um filme com data de exibição apontada para 13 de Maio no Cinema São Jorge.
Once More foi o primeiro filme francês a retratar a SIDA na comunidade homossexual. Com realização de Paul Vecchiali, o filme usa extraordinários planos-sequência para contar a história de um homem de quarenta anos que deixa mulher, filhos e emprego pela liberdade que nunca tivera. Passa na Cinemateca Portuguesa a 10 e 12 de Maio.
Nas curtas, várias propostas para descobrir. Jan Soldat prossegue os seus retratos sobre a sexualidade e o fetiche: em Protokolle, fala com homens que desejam ser abatidos e comidos. O decano Mark Rappaport continua a inventar biografias fictícias para as grandes figuras do cinema. Desta vez, foi Sergei/Sir Gay. O rebuliço ouve-se lá fora, mas, dentro de portas, a liberdade está primeiro: Os Cuidados que se Tem com o Cuidado que os Outros Devem ter Consigo Mesmos é um manifesto queer do brsileiro Gustavo Vinagre. Billie sofre de um desgosto de amor, mas felizmente as suas amigas estão lá para ajudar: A ton âge le chagrin c’est vite passé, de Alexis Langlois, é um musical queer-punk irreverente.