Atenção aos amantes da animação!

As ligações com a Escola de Artes e Design de Lucerna (HSLU) não são de hoje. Ao longo dos últimos anos o IndieLisboa tem vindo a mostrar vários dos filmes de desenvolvidos no âmbito do curso de animação que a escola ministra. Para a 14ª edição, o IndieLisboa decidiu dedicar-lhe um programa especial, focado na técnica de stop motion, uma das marcas da escola. O ponto de partida para estas sessões especiais são o filme Signalis de Adrian Flückiger.

Quinta, dia 11 de Maio, pela tela do Cinema São Jorge passam: um astronauta perdido (Yuri), o patriotismo e a xenofobia (Heimatland), as danças da juventude (La vuelta), a luz no centro das atenções (Look), o medo de monstros (Me and My Monster), uma doninha num semáforo (Signalis), um faroleiro pescando meteoritos (Meteoritenfischen), duas irmãs ajudando um sem-abrigo (Les soeurs de coeurs), dois vizinhos e uma parede (Partition), um lobo, três porquinhos e a preguiça (AAA), sonambulismo (Nid scho widr!), uma descoberta na floresta (Maggoty), uma maçã autómato (Grosse Pläne), um canário beatboxer (Canary Beat) e o teledisco das Tic Tac Toe (Ich wär so gern so blöd wie du).

Os caminhos da animação neste IndieLisboa passam ainda na Secção Silvestre a 4 e 6 de Maio no Cinema São Jorge. O bloco especial dedicado ao género – Animation Spotlight – arranca com Penelope a viver no meio de um caos, onde até a batata precisa de depilação. Depois, um casal adopta vários animais sem os conhecer (Les Animaux Domestiques) e, claro, há os estranhos familiares que aparecem lá em casa (Batfish Soup). Em Anatomi, assistimos a uma apresentação PowerPoint sobre as maleitas do realizador e Books on Books revisita o design dos anos 1960, através de capas de livros. Já Löss é uma virtuosa animação sobre a condição da mulher na China rural. Por fim, a animação de Peter Millard (Happy Unhappy, IndieLisboa 2016) continua inigualável: em Six God Alphabet Peter, soletrar é uma frenética humilhação.

Na Competição Internacional de Curtas, Amalimbo, uma criança vagueia entre a vida e a morte, num espaço mutante, como a própria animação. Já Pattern Language explora padrões monocromáticos, entre o abstracto e o jogo de vídeo. Por sua vez, em Martin pleure, recorre-se a Grand Theft Auto V, para retratar um hooligan sentimental.

Fora das salas de cinema, o IndieLisboa 2017 organiza, em colaboração com a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, um workshop de character design. Os participantes irão estudar as formas e a linguagem que delas nasce, desenvolvendo personagens através da expressão de emoções e linguagem corporal, identificando arquétipos em histórias e descobrindo como desenhar personagens tendo como base esses arquétipos. A ter lugar entre os dias 10 e 12 de Maio, a oficina terá a orientação de Mhill Krasniqi, designer gráfico profissional, licenciado em animação na Escola de Artes e Design de Lucerne (HSLU) em 2014.