Uma no cravo e outra em Guimarães

O IndieLisboa 2014 já abriu portas e, este ano, como forma de celebrar os 40 anos da Revolução dos Cravos e do facto de Guimarães ter estado nas bocas do mundo em 2012 como capital europeia da cultura, será possível para o público fazer parte de duas sessões especiais que têm como missão dignificar estes dois grandes acontecimentos e promover o nome de Portugal dentro das salas de cinema.

Para celebrar estes 40 anos de liberdade, o festival lançou uma programação especial, vestida de vermelho e sem espinhos, com três filmes que deixam a sala repleta de nostalgia, saudade mas também um sentimento bem patriótico ‚ Revolução dos Cravos, 25 de Abril sempre! Há mais um filme para ver deste programa, depois das comemorações do 25 de Abril, com Mudar de vida, filme que faz uma passagem pela vida e obra de José Mário Branco, um dos grandes intervenientes no movimento de protesto cultural do século XX em Portugal e de Les Grandes Ondes, de Lionel Baier, uma comédia co-produzida por Portugal, Suíça e França, onde uma equipa de reportagem suíça chega ao nosso país no dia antes da revolução, mas que logo no dia a seguir se depara num ambiente entusiasmante e libertador. No dia 26 de Abril teremos Outra forma de luta de João Pinto Nogueira, onde Carlos Antunes faz uma viagem no tempo até ao seu passado militar, através de 13 perguntas feitas pelo escritor Nuno Bragança .

A outra sessão especial situa-se mais a norte, em Guimarães, e traz ao público duas grandes construções cinematográficas: 3x3D e Centro Histórico.

Juntando num só pote realizadores como Peter Greenaway, Pedro Costa, Manoel de Oliveira ou Jean-Luc Godard, entre outros, estas obras colocam o espectador numa nova dimensão que se traduz numa reflexão provocadora sobre o impacto da evolução social, política e financeira numa cidade, e de como Guimarães pode servir de exemplo para tantas outras cidades do mundo.

No dia 26 de Abril, no Cinema City Campo Pequeno e no dia 27 de Abril no Cinema São Jorge, será possível respirar cultura e perceber, tal como o nosso mais antigo realizador no activo nos diz, que “nem todos os filmes, livros , peças podem dar-nos a totalidade da vida”, mas estes dois podem revelar-se um bom ponto de partida.

Prontos para reviver o passado?