Os domingos do IndieLisboa’09 são de filmes-concerto no Museu do Oriente. O primeiro é Sherlock Jr., que junta Buster Keaton (na tela) a antoniopedro e a Filipe Rocha, no dia 26. Uma semana depois, a 3 de Maio, Matinée (remix) volta a levar antoniopedro ao palco, mas desta com Ana Araújo e sobre filmes de Fyodor Khitruk.
Vítima do vilão que lhe rouba a reputação e, pior que isso, a namorada, Buster projeccionista volta para a sua sala de cinema e‚Ķ adormece. Sonha então que entra para dentro do filme e que é Sherlock Jr., o maior detective de todos os tempos, e que, após várias cenas de perseguição (entre as quais um perigosíssimo jogo de snooker armadilhado!), desmascara e captura o mau da fita.
A banda sonora de Sherlock Jr. é tocada ao vivo por um trio improvável de jazz: com piano mas sem o pianista. Reduzido em teoria ao esqueleto baixo-bateria de uma secção rítmica, o duo ‚ antonipedro e Filipe Rocha ‚ desmultiplica-se numa corrida frenética (à semelhança do que se passa no ecrã) entre vários instrumentos para ao mesmo tempo musicar e sonorizar um dos filmes mais geniais de Buster Keaton.
antoniopedro compôs nova banda sonora com Ana Araújo e acompanham ao vivo filmes de Fyodor Khitruk, porventura o mais importante e influente autor russo de cinema de animação. É uma espécie de falso trio em que o terceiro elemento é o ecrã e o que nele se passa, este projecto alia uma preparação rigorosa com a improvisação, tornando única cada apresentação.
Para além da música, uma atenção especial é dada à sonoplastia, também ela recriada ao vivo. Os filmes são narrados ao vivo e em português. Premiado em todo o mundo, Khitruk marcou o cinema pela força dos seus filmes, a beleza das suas imagens e a capacidade de criticar lucidamente, num sistema político avesso a tais liberdades democráticas.
Nesta Matinée (remix) encontram-se o seu primeiro filme, História de um Crime, sátira visual e sonora aos tempos modernos e à vida encavalitada das grandes cidades; As férias de Bonifácio, sobre as ternurentas férias de um leão do circo que vai visitar a avó em África; e A Ilha, um fresco sociológico sobre o mundo actual, com nota final de esperança e optimismo.