Tom Shoval assina aqui a sua primeira longa metragem, um filme tenso e febril sobre ritos de passagem e as consequências que se podem sofrer por brincar com (armas de) fogo. Yaki e Shaul são irmãos e vivem com os pais numa cidade-satélite de Tel Aviv. Por estar a cumprir serviço militar, Yaki tem autorização para trazer consigo uma arma, objecto que pode mudar a sua vida e a da sua família. O pai, agora desempregado, está no meio de uma depressão e, sem dinheiro, pode perder o apartamento e todas aquelas rotinas familiares que constituíam a sua união. Como alternativa, Shaul (Eitan Cunio) segue Dafna (Gita Amely) uma rapariga de boas famílias, até casa depois da escola. Shoval acompanha a acção a uma distância calculada, mas a agitação e a sensação de que algo vai mudar são poderosas e atingem-nos como um golpe em câmara lenta, à medida que a história avança. Os dois irmãos raptam e trancam a jovem numa cave. O problema é que escolheram o pior dia para contactar a família a pedir o resgate. (Ágata Pinho)