Sinapupunan

Brillante Mendoza

IndieLisboa 2013 •

Philippines, Ficção, 2012, 100′

Brillante Mendoza entra a matar com um fabuloso e atordoante plano de um parto real. Atira com a ironia para as mãos de uma parteira filipina, Shaleha (Nora Aunor), que, apesar de ter ajudado centenas de bebés a nascer, não pode ter filhos. Num casamento religioso e tradicional como o de Shaleha e do marido, a continuidade da espécie é uma das condições para a felicidade plena de uma união. As cores dos incríveis cenários filipinos são tão tranquilas quanto Shaleha, mesmo quando encarna a louca quimera de encontrar uma mulher que dê um filho biológico ao seu marido, desejo que parecia ter sido atenuado pela adopção do sobrinho. Ao ritmo das viagens que fazem pelas transparentes águas, acompanhamos um a um os castings para um segundo casamento que ponha fim à angústia da parteira, muito maior que a do marido, não sabemos porquê. Shaleha descobre que, para ver o seu desejo realizado, terá que sofrer outras provações e acaba por não estar preparada para dividir o amor e todas as intranquilidades que virão com o nascimento de mais um filho que não é seu. (M. M.)