O cinema belo, frágil e contemplativo de Tsai Ming-Liang está de volta. Kang, (o seu actor habitual Kang-sheng Lee) é um homem só que vive na sua casa e que sente uma misteriosa dor. Non vive em Bangkok num pequeno apartamento. Quando os dois se encontram, partilhando a sua solidão, a arte do realizador taiwanês explode lentamente num conjunto infinito de significados. Rizi esteve em competição no último festival de Berlim.
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Há duas coisas sempre presentes no cinema de Tsai Ming-Liang. A primeira é a expressão da amizade pelo seu actor Kang-sheng Lee. A segunda é uma minuciosa capacidade de observação e escuta da realidade, o que faz com que cada filme parece um refinamento no anterior. Os dois elementos estão presentes em Rizi, um filme que parece ser feito contra a solidão, a do realizador e dos seus personagens. Kang vive atormentando por uma dor de costas, algo que o cinema de Liang vem aflorando ao longo da sua obra. Por sua vez, Anong Houngheuangsy é massagista e habita num apartamento em Bangkok, no qual prepara as suas refeições. Propositadamente não legendado pelo autor, este é um filme de comunhão que não passa pela palavra. Antes pelo encontro dos corpos, por uma singela caixa de música ou pelo habitar de um espaço urbano no qual a intimidade é nuance em atribulada atmosfera sonora. É na duração dos planos que se jogam as decisivas mutações da realidade. (Carlos Natálio)
Há duas coisas sempre presentes no cinema de Tsai Ming-Liang. A primeira é a expressão da amizade pelo seu actor Kang-sheng Lee. A segunda é uma minuciosa capacidade de observação e escuta da realidade, o que faz com que cada filme parece um refinamento no anterior. Os dois elementos estão presentes em Rizi, um filme que parece ser feito contra a solidão, a do realizador e dos seus personagens. Kang vive atormentando por uma dor de costas, algo que o cinema de Liang vem aflorando ao longo da sua obra. Por sua vez, Anong Houngheuangsy é massagista e habita num apartamento em Bangkok, no qual prepara as suas refeições. Propositadamente não legendado pelo autor, este é um filme de comunhão que não passa pela palavra. Antes pelo encontro dos corpos, por uma singela caixa de música ou pelo habitar de um espaço urbano no qual a intimidade é nuance em atribulada atmosfera sonora. É na duração dos planos que se jogam as decisivas mutações da realidade. (Carlos Natálio)