Fenyang, uma pequena cidade de província, ansiosa por usufruir dos benefícios de uma economia de mercado, após a abertura da China ao Ocidente. A livre iniciativa e as empresas de construção encontram aqui terreno fértil para dar início aos seus projectos, e Fenyang vê multiplicar-se, em velocidade acelerada, bares de karaoke, salões de beleza, lojas variadas e um sem número de casas de jogo, que se tornam atraentes para as populações limítrofes, e também para Xiao Wu, um pequeno ladrão em crise, montar um esquema artesanal de assaltos, uma arte em que ele se tornou profissional. Uma visita aos seus pais numa vila vizinha pode ser o abismo para Xiao Wu. De qualquer forma, está na altura de Xiao Wu pensar no seu futuro. O retrato de uma China afectada pelo deslumbre capitalista e os efeitos que esta situação pode ter sobre aqueles que a ela não se adaptam tão facilmente, é aqui pretexto para conciliar não só a observação social, mas também, ao escolher concentrar o olhar em Xiao Wu, uma personagem paradoxal e comovente, aventurar-se numa perscrutação psicológica bem mais negra e sombria.