Três histórias sem aparente ligação entre si, apenas com um ponto comum: uma profunda observação dramática associada à maternidade. Tentar encaixar O que se move numa gaveta cinematográfica é deixar escapar um filme que não tem medo de não se encaixar num território formal. Caetano Gotardo foi temerário e saltou todas as fronteiras para explorar os territórios que o interessavam. Nesta quase tragédia grega em III actos, a monstruosidade de cada uma das acções é totalmente subjugada ao amor maternal e moldada pelo romantismo. A crueldade está, sim, nos gestos quotidianos, no regresso à banalidade depois de um acontecimento que destrói todas as fundações. (M.M.)