Valérie Massadian visita a sua infância através de uma menina de quatro anos chamada Nana. Uma longa metragem de estreia impressionante, assinada por uma fotógrafa excepcional, como o provam as composições notáveis de cada cena do filme. Uma Nana muito independente passa o tempo no campo com a mãe e com o avô distante. Um dia, ela regressa a casa e não encontra ninguém. Uma sensação de abandono enche o ecrã, enquanto Nana ainda não se apercebeu do vazio cruel que o mundo adulto pode proporcionar. Nana vai seguir o seu caminho, quer queiramos quer não, sem precisar de salvadores. Ela veste-se, prepara as suas sandes, dá caminhadas pela floresta e até lê para si própria histórias para adormecer. Nana está livre dos adultos e de orientação e Massadian, enquanto realizadora, reflecte essa liberdade, deixando o tema à solta e Nana completamente à vontade para ser ela mesma, criando assim um dos retratos mais honestos da inocência. (Nina Veligradi)