A primeira obra de Nima Javidi inspira-se nos melhores princípios de Hitchcock para criar uma história de suspense dentro de um apartamento de Teerão. Aqui, não é tanto o que sucede lá fora (a vizinhança em “A Janela Indiscreta”) que suscita o interesse proibido de quem nela vive. É o que acontece entre as suas paredes que interessa a quem está fora delas: amigos, vizinhos e uma autoridade sem rosto que, por visitas não anunciadas, ameaçam uma emigração planeada para Melbourne. E pelos mecanismos do cinema, revelar uma população cujos caminhos, da nascença à idade adulta, se encontram atados às prisões mentais de cada um.