Num universo de traficantes, de prostitutas, de drogas e de música cria-se um mundo decadente e meigo que acontece só ali, naqueles espaços fechados, nos momentos e nas memórias dos amigos, do absurdo e da vida. Os corpos, que como as casas não se movem, marcam em silêncios e gestos melancólicos o andamento da composição. Já os diálogos, cheios de graça, contam-nos histórias e sentimentos e revelam o espírito, esse que é como as ruas, sempre em movimento. De resto, a cidade da Colômbia onde é suposto o filme decorrer não existe, porque aqueles lugares sombrios e perdidos só por acaso ali estão. Mambo Cool é de um outro mundo: está numa paisagem entre o realismo e o simbolismo. O que existe de facto é a música que, tal como o pó, percorre o filme, une todas aquelas personagens e liberta-lhes o espírito.
Mambo Cool
Chris Gude
IndieLisboa 2014 • Competição Internacional
Colombia, United States, Fiction, 2013, 62′