Simbologia literal. As raízes do cinema nas mãos de Canapa são pedaços de rabanete negro utilizados em película não impressa. Explosões sonoras de luz a furar a emulsão fotoquímica, viagens ao fim do material, o inconsciente ótico de um épico cosmológico.
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O cinema como uma experiência de transe. Um transe o mais próximo possível da matéria do cinema quanto possível. No seguimento de “A Radical Film” (2017), Stefano Canapa experimenta novamente com rabanete preto em película não exposta para fabricar uma sinfonia sónica e visual de intensidade galvanizante. Enquanto o filme explode nas nossas caras a preto e branco e violentamente metamorfoseia padrões indomáveis em outros, perguntamo-nos para que espécie de corpo cósmico estamos a ser sugados, se uma superfície lunar se um buraco negro. Ou será a tela do cinema? (Ana David)