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Premiada na nova secção Encounters do Festival de Berlim, esta é uma obra que pertence às famílias e seus mistérios. Em particular, a família da realizadora e a figura de Beatriz, sua avó, que se casou com Henrique, oficial da marinha, aos 21 anos. Com o marido no mar, Beatriz tratou de seis filhos, entre os quais Jacinto, o pai da cineasta. Ser mãe, imaginar, viver sem liberdade, tudo é metamorfose criativa e emocional nesta primeira longa de Vasconcelos.
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Com uma pungente primeira obra, Catarina Vasconcelos traz-nos o retrato de uma família, a sua, narrada pelos seus habitantes e reinventada por ela. Através de cartas, quadros, flores, cortinas, estatuetas, puzzles e barcos vai-se construindo um universo perfeito, com vida e com morte, mas sobretudo com o coração. E o coração de Catarina é resistente e forte, é doce e cheio de carácter, tem ambição e engenho. Permite que cada quadro construído (o filme avança por sequências narrativas) possa ter a sua independência e seja construído através do carácter das personagens trabalhadas. Um jogo performativo com essa característica lúdica que é o apaziguamento após a brincadeira. A inteligência demonstrada quando a realizadora se esconde atrás dos espelhos na floresta ou quando sobe às montanhas, levando a adversidade ao limite quando tenta levantar uma árvore, são formas de afirmação de um cinema autoral e pessoal feito em nome de um encantamento e na base da tradição oral. Voa Catarina voa porque ainda vivem nos teus pensamentos “todas as coisas excepcionais que constrói o universo daqueles que não temem a gravidade”. (Miguel Valverde)
Com uma pungente primeira obra, Catarina Vasconcelos traz-nos o retrato de uma família, a sua, narrada pelos seus habitantes e reinventada por ela. Através de cartas, quadros, flores, cortinas, estatuetas, puzzles e barcos vai-se construindo um universo perfeito, com vida e com morte, mas sobretudo com o coração. E o coração de Catarina é resistente e forte, é doce e cheio de carácter, tem ambição e engenho. Permite que cada quadro construído (o filme avança por sequências narrativas) possa ter a sua independência e seja construído através do carácter das personagens trabalhadas. Um jogo performativo com essa característica lúdica que é o apaziguamento após a brincadeira. A inteligência demonstrada quando a realizadora se esconde atrás dos espelhos na floresta ou quando sobe às montanhas, levando a adversidade ao limite quando tenta levantar uma árvore, são formas de afirmação de um cinema autoral e pessoal feito em nome de um encantamento e na base da tradição oral. Voa Catarina voa porque ainda vivem nos teus pensamentos “todas as coisas excepcionais que constrói o universo daqueles que não temem a gravidade”. (Miguel Valverde)
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