Uma primeira longa-metragem que parte do princípio da partilha entre duas mulheres com ofícios diferentes — o trabalho sexual e o trabalho cinematográfico — e que tentam encetar um diálogo, enquanto ambas filmam e se deixam filmar.
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Um protesto contado a partir da perspectiva dos opressores. Na Polónia de 1970, o aumento dos preços faz com que os trabalhadores façam greve e as manifestações nas ruas vão crescendo, criando uma tensão insustentável. O espectador está, contudo, a ouvir as conversas telefónicas (que pintam o quadro do momento com a ajuda de animações) dos homens que vão decidindo como reprimir a rebelião.
Jérôme chega ao Paraíso com o único desejo de encontrar a mulher, Maryline. A sua busca leva-o a percorrer um espaço que lhe parece totalmente surreal, mas só ele tem o poder de encontrar o seu rumo.
Pablo ainda não concretizou o sonho de ser actor num filme, mas isso não quer dizer que não tenha de pagar a renda. A sua solução, por agora, é ser um paciente “simulado” em escolas de medicina, para treinos de futuros médicos, e em sessões de terapias alternativas. É urgente sair desta rotina. Quando o colega de casa desaparece, deixando um fantasma para trás, Pablo arregaça as mangas para tomar conta da situação.
Um filme dedicado à carreira do violinista, improvisador, instrumentista e compositor Carlos “Zingaro”, um dos nomes mais importantes da música experimental portuguesa, bem como uma das grandes figuras da música improvisada europeia.
É junto ao rio Pastaza, que viaja do Equador ao Peru, que encontramos a comunidade Achua que Inês T. Alves visitou sem intenção, necessariamente, de fazer um filme. Mas a curiosidade e a independência das crianças que conheceu — fluentes na prática da pesca, cozinha ou artesanato — deu origem a este trabalho.
Um filme sobre algo aparentemente tão simples como a questão da medição revela algo insidioso sobre os sistemas existentes. E é traçada uma linha entre a standardização de como se mede algo e sistemas de poder, democracias e censura.
O realizador está ao pé de uma praia de nudistas com a sua câmara, à procura de quem queira ser filmado. A busca não é fácil.
Simon é bem sucedido. Simon é um fotógrafo. Simon tem a vida que deseja. Até ao momento em que começa a ver pepinos em todo o lado.
Não há horas suficientes no dia para tudo o que Lena tem e gostava de fazer. Numa padaria de madrugada, num supermercado durante o dia, nada parece ser seguro o suficiente para a manter à tona. E há ainda a filha. E o seu luto. Quem ela é desaparece um pouco.
Um filme hipnótico que começa com um grupo de jovens rapazes a dançar, tentando seguir as instruções do professor. Um ritual de iniciação interdito a raparigas. Mesmo que uma espreite.
Courtney Barnett, uma das figuras do rock contemporâneo australiano e uma pessoa normalmente muito privada, é o foco deste retrato intimista, quase sufocante, sobre uma artista que se revela em toda a sua vulnerabilidade e ansiedade. Danny Cohen pega na sua câmara de 16mm para seguir Barnett ao longo de três anos — em tour e no estúdio, a gravar o mais recente álbum — e a própria narra o documentário, com pequenas notas áudio que pontuam o filme.
A “diva dos pés descalços”, a icónica Cesária Évora num documentário que mostra imagens nunca vistas e oferece uma visão nunca antes explorada sobre a vida da cantora cabo-verdiana que, apesar de não corresponder ao modelo normal de sucesso, foi capaz de superar todas as condições que normalmente a afastariam da ribalta. Esta é a história de uma mulher negra, africana, com mais de cinquenta anos e vinda de um contexto pobre, cujo único sonho era ser livre.
Os desvios do título são mais caças-ao-tesouro a que Denis sujeita os seus clientes, que só querem os saquinhos de droga que este anda a esconder pelas paisagens melancólicas de Moscovo. Tudo são lugares que ele poderia juntar a este jogo, embora percamos de vista este guia maroto para visitar outras figuras que povoam a cidade. Entre a anonimidade da Darknet e o policiamento e a opressão, esta cidade contém múltiplas dimensões.
A intrigante apresentação de uma série de objectos — como cadeiras de plástico brancas — que são colocados perante o espectador antes de serem destruídos de formas insólitas, como com árvores a desabar-lhes em cima.
Quando ainda se davam as pistas de dança como garantidas, Pedro Coquenão (que também assina como Batida) começa com um retrato satírico de um DJ (quase) perfeito, mas leva-nos também a um passeio pela cena musical alternativa de uma Lisboa multicultural.
Com a precisão de composição de um Wes Anderson, Samir Karahoda mostra-nos um Kosovo pós-guerra e a determinação de dois jogadores de ténis de mesa, com ambições de contribuir para a representação nacional nos Jogos Olímpicos, que lutam contra a falta de condições.
O que torna algo natural ou artificial? Dois casais lidam com problemas de fertilidade, mas não de uma forma convencional. Mirene e André, Carl e Vicente são personagens que exploram o que é construir uma família biológica.