A palavra ‘campo’ vem do latim capere (capturar). Nos arredores da Roma Antiga ficava o ‘Campo de Marte’, o terreno onde os soldados treinavam. Hoje, nos arredores de Lisboa, fica a maior base militar da Europa. Ali, inventam-se missões fictícias, enquanto astrónomos observam estrelas e um rapaz toca piano para veados que espreitam os homens à noite. “Campo”, de Tiago Hespanha (de quem exibimos “Revolução Industrial”, “Visita Guiada”, “Andar Modelo” e “Quinta da Curraleira”), reflecte sobre o físico e humano, o transcendente e mundano, que aqui se confundem e completam.
Após a demolição das barracas e a construção dos novos prédios para o realojamento dos moradores do antigo bairro da Curraleira, sobrou um espaço vazio. Este filme é sobre esse lugar, sobre os encontros, as histórias e as actividades que o definem.
O caos urbanístico caracteriza as cidades portuguesas. Será a cidade, tal como a conhecemos hoje, um modelo em vias de extinção? Respondendo ao desafio de reflectir filmando sobre a problemática da habitação, na cidade de Coimbra, realizei este filme: uma visita guiada a três casas totalmente diferentes. Não contendo qualquer tipo de respostas, esta curta-metragem revela ilusões que crescem sobre destroços.
Todos os anos milhões de turistas visitam Portugal para descobrir o país, o seu povo e cultura. Muitos têm contacto com guias turísticos, que transmitem a história e a identidade nacional, ilustrando o modo como nos olhamos a nós próprios. Este filme é sobre o modo como essa identidade é construída e interpretada.