Um Nome para o Que Sou

Maria Lamas ficou conhecida como uma activista política feminista portuguesa, sendo ainda tradutora e jornalista, que deixou uma obra fundamental, As Mulheres do Meu País, que retratava íntima e meticulosamente a condição das mulheres em Portugal no final dos anos 1940. O filme é sobre o processo de escrita deste livro (através do espólio, dos diários), mas é também uma reflexão sobre a própria Lamas enquanto figura do feminismo português.

Donzela Guerreira

Emília é uma escritora, a viver em Lisboa no ano de 1959. Ela é a “Donzela Guerreira”, uma mulher ficcional composta a partir dos universos literários de Maria Judite de Carvalho e Irene Lisboa, escritoras da cidade e das personagens que nela habitam. Guiados pela voz e olhar de Emília, entramos num jogo entre as imagens de arquivo da cidade e a pura efabulação. É uma Lisboa de ruas, jardins e casas onde habitam mulheres que olham para si próprias e umas para as outras, que ocupam os lugares que lhes destinam e o silêncio a que as votam. A história de uma mulher que vai à luta.

Alguém Olhará Por Ti

O olhar de Mariana percorre o pátio de muros altos. Joana ao fundo. A expectativa de uma amizade. Tudo está por aprender. Tudo é muito rápido. O desenho de Joana. O tomar de um boião de tinta vermelha. A imagem de Mariana no espelho. A culpa confunde-a: quem fez tombar o boião? Terá sido ela própria?

O Medo à Espreita

Depois de “Lisboa Domiciliária”, estreado nas nossas salas em 2009, Marta Pessoa filma outras memórias secretas: a de cidadãos que viveram, até à queda do Estado Novo, uma vida de perseguição pessoal e política. Ao longo de toda a sua existência, uma das piores faces da ditadura movia-se por passos secretos, informações ocultas, e perseguições, no dia-a-dia, a pessoas suspeitas de viverem contra o regime. “O Medo à Espreita” é o retrato, assim, de pessoas que viveram diariamente debaixo da sombra dos informadores da PIDE/DGS e da sua tortura. Mas é também o retrato de um país onde o instrumento da denúncia cresceu para além dos círculos políticos para se instalar, sorrateiramente, no nosso quotidiano.

Quem Vai à Guerra

Entre 1961 e 1974, milhares de homens foram mobilizados e enviados para Angola,
Moçambique e Guiné-Bissau para combater numa longa e mal assumida guerra colonial. Passados 50 anos desde o seu início a guerra é, ainda hoje, um assunto delicado e hermético,