Cartas da Guerra

A guerra colonial separa António, médico integrado no exército português no Leste de Angola, da mulher. O fio que os une são as cartas que ele lhe escreve, enquanto vê o horror da guerra e se apaixona pelo continente africano.

Sul

Depois do sucesso de “Sara”, cujos primeiros episódios o IndieLisboa exibiu o ano passado, este ano continuamos a mostrar na tela grande aquilo que de melhor se faz em Portugal para o pequeno ecrã. “Sul” já foi descrito como «“True Detective” com saudade», um policial noir Lisboeta, em plena crise económica, protagonizado por Adriano Luz que interpreta um investigador persistente mas incapaz de se adaptar às mudanças. Uma série de Edgar Medina, Guilherme Mendonça e Ivo M. Ferreira (de quem se exibe também “Hotel Império”), este é um retrato de um país tomado pela melancolia.

Hotel Império

Ivo M. Ferreira (“Águas Mil” e “Cartas da Guerra”, IndieLisboa 2009 e 2016) continua a filmar a China contemporânea. Em 2009 o IndieLisboa exibia o seu documentário “Vai com o Vento”, sobre um jovem chinês que se prepara para emigrar para a Europa. Dez anos depois, com “Hotel Império”, a história inverte-se: uma família portuguesa a viver em Macau luta contra a especulação imobiliária para poder permanecer no edifício onde sempre vivera. Uma revisitação do colonialismo português e da força imparável da gentrificação segundo o sombrio prisma do thriller sexual.

Cartas da Guerra

Vindo directamente da competição internacional de Berlim deste ano, chega ao IndieLisboa o último filme de Ivo Ferreira que adapta uma obra do escritor António Lobo Antunes composta por cartas que este escreveu à mulher durante a sua estadia na Guerra do Ultramar. O filme começa em 71 quando António vê o seu quotidiano em Lisboa ser interrompido ao ser destacado para servir como médico no Leste de Angola. Perante a extrema violência e desolação, António escreve à mulher Maria José, contando o que vê, o que sente, como que abrigando-se do pior.

O Estrangeiro

Uma personagem quase ausente na imagem procura, em Macau de 2009, o Estrangeiro, alguém que ali viveu 15 anos antes. Procura-o com recurso às cartas que o Estrangeiro lhe escrevia naquele período. Percorre no presente os rastos que o Estrangeiro deixou no passado enquanto cria vestígios de uma nova ausência.

Vai com o vento

2008. Qingtian, Zhejiang, República Popular da China. Uma pequena cidade rural de imigração para a Europa. Jin Wang Ping é um rapaz a quem chegou a vez de abandonar a sua cidade. Confrontado com esta perspectiva, e com este processo de emigração, procurará os conselhos de terceiros.

Águas Mil

Quando esvaziamos a casa onde vivemos toda a vida, encontramos memórias adormecidas. Pedro encontra uma história do passado que o liga e à família a uma organização revolucionária armada dos anos 1980, a época em que o seu pai desapareceu. Pedro terá que revisitar o passado e nessa viagem vai acordar os sobreviventes e trazer os fantasmas à vida. Antes, o que interessava ao seu pai e aos camaradas dele eram os seus ideais políticos. Hoje, o que interessa a Pedro é acordar a história humana que toda a gente tentou esconder e esquecer. Um dia, há que fazer alguma coisa, inesperadamente. Como “Águas Mil”.