A 5ª longa metragem de Felipe Bragança (Tragam-me a Cabeça de Carmen M., co-realizado com Catarina Wallenstein, IndieLisboa 2019) procura perceber que arte é possível a partir dos fantasmas contraditórios que assombram a identidade brasileira. Co-produzido pela produtora Som e a Fúria, e com a colaboração de João Nicolau no argumento, o filme acompanha Fernando, um falido cineasta brasileiro, e a viagem de aventuras e milagres em busca de suas memórias.
Ana, uma actriz portuguesa no Rio de Janeiro (interpretada por Catarina Wallenstein, que assina a realização com Felipe Bragança) mergulha no actual pesadelo político brasileiro, enquanto se prepara para encarnar o papel da fantástica luso-brasileira Carmen Miranda, num misterioso filme que se avizinha. Mas a mitologia colorida da Embaixatriz do Samba choca com o presente cinzento. Um filme que se interroga sobre uma utopia «pan-tropical e futurista», celebrando o «canibalismo cultural» que, nos tempos da ditadura funcionou como forma de resistência. E hoje?