Inscrições abertas: “Fotofilme: a fotografia como narrativa fílmica”

As inscrições já estão abertas para o novo curso intensivo da FCSH (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa).

Este curso resulta de um entendimento expandido do conceito de “fotofilme”, enquadrando filmes que filmam fotografias, que as inserem na sua “duração” e que as põem em “narrativa”. Os casos de estudo vão do inevitável Chris Marker ao casal Gusztáv Hámos e Katja Pratschke, passando por Jean-Luc Godard, Jean Eustache, Robert Altman, Hollis Frampton, Michael Snow, Susana Sousa Dias, etc. “Fotografias colocadas num contexto cinemático criam uma experiência fílmica”, escrevem Hámos, Pratschke e o seu colaborador Thomas Tode no livro “Sample Cities”.

A equipa de formadores irá promover junto dos alunos a produção de filmes sobre fotografia, pondo em prática os conhecimentos transmitidos. Serão fornecidos instrumentos teóricos, conceptuais, estilísticos e técnicos, que permitam ao aluno produzir uma narrativa fílmica com fotografias. Narrativas fotográficas em filme, isto é, com duração e (eventualmente) som que podem cingir-se à lógica simples do slide show (Nan Goldin) ou que podem ter uma natureza ensaística, mais ou menos analítica (por exemplo, “Um Minuto para uma Imagem”, de Agnès Varda, ou “Six fois deux”, de Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville) e/ou mais ou menos plástica ou conceptual (por exemplo, “Nostalgia”, de Hollis Frampton ou “Wavelenght”, de Michael Snow).

Trata-se, portanto, de um curso teórico orientado para a prática artística, sendo que os alunos terão a oportunidade de produzir um “fotofilme” balizado e coordenado pelos formadores.

Para nos ajudarem neste intento, convocamos os realizadores Gonçalo Robalo (“Os Mortos”, prémio para melhor curta metragem portuguesa no IndieLisboa 2018), Ricardo Vieira Lisboa (“Le Métro, Vieira da Silva”, o filme que dá imagem a este curso) e João Lameira (o inédito “Double Exposure”) que vêm apresentar e falar sobre os seus filmes baseados de algum modo em fotografias.

Este curso conta com o apoio do IndieLisboa, que irá debruçar-se sobre o resultado com a intenção de seleccionar pelo menos um dos filmes produzidos durante o curso, além de outros parceiros, como:

O Bazar do Vídeo facultará aos alunos um conjunto de vantagens no acesso a tecnologia de realização e montagem.
O site À pala de Walsh dará visibilidade a alguns dos filmes produzidos durante o curso, nomeadamente na rubrica Filmes Fetiche.
O blogue My Two Thousand Movies será nosso parceiro mediático, acompanhando o processo de criação no workshop com um ciclo.

 

Datas: 7 a 17 de Janeiro. Dias úteis das 18h00 às 21h00. Salvo 17 de Janeiro: das 18h00 às 19h00.

Local: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA).

Professora Responsável: Professora Doutora Margarida Medeiros.

Formadores:

Luís Mendonça – Doutorado em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA), sob orientação da Professora Margarida Medeiros. Tem mestrado na mesma área e pela mesma faculdade, na especialidade de Cinema e Televisão, sob orientação do Professor João Mário Grilo. Deu aulas no âmbito de Cursos Livres concebidos por si em colaboração com colegas da área do cinema e da fotografia. Escreveu vários artigos e participou em inúmeros colóquios sobre cinema, fotografia e filosofia da imagem. Organizou ciclos de cinema e debates. Realizou vídeos, ensaios audiovisuais e a curta-metragem “Lugar/Vazio” (2010). É investigador no ICNOVA da FCSH/NOVA.

Luís Miguel Correia – Realizou as curtas-metragens “Estação” e “Crónica Parisiense” e os documentários “Da Natureza das Coisas” e “Pedro Calapez – Trabalhos do Olhar”, entre outros. Trabalhou na montagem de vários documentários, longas e curtas-metragens de ficção. Entre 2008 e 2018 colaborou com a NOVA FCSH na qualidade de coordenador técnico do LABCC – Laboratório de Criação Cinematográfica.

Convidados:

Gonçalo Robalo – Nasceu em Lisboa em 1975. Licenciou-se em arquitectura pela Universidade Lusíada, estudou fotografia na AR.CO e cinema no Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a Deutsche Film- und Fernsehakademie Berlin. Sócio fundador da Errar Filmes e director do festival “Longa Noite de Curtas”. Realizou as curtas-metragens “Júlio”; “Um Homem à Varanda”; “Tessitura”; “Leite”; “Entre Paredes”; “Pedra”; “Barreira”, entre outros. O seu último filme “Os Mortos” obteve o prémio para melhor curta-metragem portuguesa no IndieLisboa 2018.

João Lameira – Licenciado em Comunicação Social pela Universidade Católica Portuguesa, é colaborador do Ípsilon, suplemento cultural do jornal Público, para o qual escreve sobretudo sobre cinema e por vezes sobre música e literatura. Co-fundou o site de cinema À pala de Walsh, tendo co-coordenado e escrito regularmente nos primeiros quatro anos de existência do mesmo. Colaborou ainda em publicações online, como a “Rua de Baixo”, e em papel, caso da Revista Ler. Estudou guionismo na New York Film Academy. Como argumentista e realizador, completou mais de uma dezena de curtas-metragens. Co-criou, escreveu e co-realizou “De Mal a Pior”, uma mini-série de quatro episódios exibida na RTP. No âmbito de um curso de realização em Berlim, no ano passado, concluiu cinco curtas-metragens, nomeadamente “Double Exposure”, o seu projecto final de curso.

Ricardo Vieira Lisboa – Nasceu em Lisboa, em 1991. É licenciado e mestre em Matemática Aplicada e Computação (pelo Instituto Superior Técnico) e também mestre em Cinema na área de Realização e Dramaturgia (pela Escola Superior de Teatro e Cinema). Frequentou também oficinas específicas sobre cinema. Trabalha como programador do IndieLisboa, assim como é curador ocasional do Festival Reverso e da Fundação Calouste Gulbenkian e colaborador de vários festivais e mostras de cinema. É crítico de cinema no site À pala de Walsh, que co-fundou e co-edita. Tem produzido comunicações e artigos académicos nas áreas da história do cinema português e do restauro e preservação cinematográfica, participado em diversas mesas redondas e dinamizado inúmeras sessões de debate. Como realizador produziu algumas curtas-metragens experimentais e vídeo-ensaios, entre eles “Le métro, Vieira da Silva” (2016), “Children, Madonna and Child, Death and Transfiguration” (2016), “Volleyball Holiday” (2017), “Cigarro Azul” (2017) e “Os Motivos de Reinaldo” (2018), que foram exibidos em festivais nacionais e internacionais.

Custo de inscrição:

130 euros (público em geral), 104 euros (Sócios INATEL e ACP), 90 euros (estudantes, de qualquer grau e estabelecimento de ensino), 100 euros (antigos alunos, da FCSH/NOVA). Os custos de avaliação (facultativos): 20 euros (público em geral), 15 euros (estudantes e antigos alunos). Custo do certificado: 6 euros.

Número máximo de participantes: 16

ECTS: 2

Objectivos:

Conhecer maneiras alternativas de análise e transmissão do conhecimento do cinema e da fotografia.
Conhecer casos de estudo paradigmáticos da imbricação do cinema com a fotografia.
Ser capaz de produzir ou projetar um discurso sobre a imagem fotográfica, mormente a partir das ferramentas de montagem próprias do cinema.
Saber organizar um stock de imagens fotográficas para a sua apresentação, crítica ou artística, a um público alargado sob a forma de um ensaio audiovisual.
Passar pelo processo de produção, exibição e exposição crítica dos objectos criados, também mediante plataformas parceiras deste curso.

Bibliografia:

BARTHES, Roland, A câmara clara, Lisboa, Edições 70, 2008;
BELLOUR, Raymond, Between-the-Images, Zurique e Dijon, JRP|Ringier & Les Presses du Réel, 2012;
CAMPANY, David, Photography and Cinema, Londres, Reaktion Books, 2008;
MAH, Sérgio, A fotografia e o privilégio de um olhar moderno, Lisboa, Colibri, 2003;
SONTAG, Susan, Ensaios sobre Fotografia, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1986.

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