A Competição Internacional de longas metragens tem por tradição oferecer uma diversidade de propostas vindas dos quatro cantos do globo. Este ano não é excepção.
Kate Plays Christine (dias 28 e 29 de Abril, quinta-feira e sexta-feira, 21h30 e 22h15, Culturgest e Cinema Ideal) é o mais recente filme de Robert Greene, conhecido entre nós como montador de Alex Ross Perry ou Charles Poekel (ambos em competição no ano passado). Uma docu-ficção sobre Christine Chubbuck, apresentadora televisiva norte-americana que, nos anos 70, cometeu suicídio em directo num noticiário. Robert Greene estará presente na apresentação do filme. O realizador norte-americano é também um dos convidados das LisbonTalks, na mesa Um novo cinema independente norte-americano (29 de Abril, sexta-feira, às 18h00, na sala 2 do Cinema São Jorge).
James White (dias 29 e 30 de Abril, sexta-feira e sábado, 21h30 e 21h45, Culturgest e Cinema São Jorge) é a primeira longa metragem da Josh Mond, conhecido dos portugueses como o produtor de Afterschool (António Campos) ou Martha Marcy May Marlene (Sean Durkin). James White retrata a luta de crescimento de um jovem (excelente papel de Christopher Abbot), no frenesim da cidade de Nova Iorque. A sua tendência auto-destrutiva será posta à prova com a doença terminal que aflige a sua mãe, interpretada por Cynthia Nixon (actriz que interpretou Miranda em Sexo e a Cidade).
Short Stay (dias 29 e 30 de Abril, sexta-feira e sábado, 19h30 e 18h00, Culturgest e Cinema Ideal) é um típico conto mumblecore, filmado em 35mm em estilo intimista. Mike vive nos subúrbios de Nova Jérsi a, entre a casa da mãe e a pizzaria onde trabalha. Numa vida deixada ao acaso, sem grandes interesses além da sua rotina, tudo parece estagnado. Quando um dia encontra um amigo este propõe-lhe ficar com o seu emprego em Filadélfia, como guia turístico. Esta será a short stay que irá ocupará boa parte da hora de duração do filme.
Outra paisagem: desta vez do país irmão Brasil. Olmo e a Gaivota (dias 27 e 29 de Abril, quarta-feira e sexta-feira, 21h30 e 19h00, Culturgest e Cinema São Jorge) é a segunda longa metragem de Petra Costa, aqui coadjuvada por Lea Glob, depois do premiado Elena. Olivia Corsini é uma actriz italiana que tem um papel na peça A Gaivota de Tchekov. Contudo, um dia descobre que tem outro papel a desempenhar: o de mãe. As realizadoras Petra Costa e Lea Glob e a actriz Olivia Corsini estarão presentes nas sessões.
Mate-me por favor (dias 23 e 25 de Abril, sábado e segunda-feira, 18h00 e 21h00) é a primeira longa metragem de Anita Rocha da Silveira e começa como um slasher filmado no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Meninas indefesas e crimes hediondos. Contudo, a pouco e pouco, as convenções deste sub-género do terror vão caindo para dar lugar a um filme sobre as memórias e emoções da adolescência, o encontro com o amor e com a morte. Anita Rocha da Silveira marca presença no IndieLisboa.
De Bélgica e França vêm dois filmes atravessados pela luz – e o calor – do verão. Baden Baden (dias 23 e 24, sábado e domingo, 21h30 e 19h00, Culturgest e Cinema Ideal) conta a história de Ana, que deixa o seu trabalho de “moça de recados” numa rodagem situada na Bélgica e decide regressar à cidade onde cresceu, Estrasburgo. Aí, empenha-se em substituir a banheira da avó por um chuveiro mais apropriado à sua idade. Mas é verão e também tempo de crescer, de se encontrar. A realizadora Rachel Lang está em Lisboa para apresentar o seu filme.
Ce sentiment de l’eté (dias 25 e 27, segunda-feira e quarta-feira, 21h30 e 19h00, Culturgest e Cinema Ideal) passa-se também no verão. Sasha, de apenas 30 anos, morre subitamente. O trágico evento vai juntar, num momento de perda, dois estranhos: o namorado, Lawrence, e a irmã, Zoé. Contra o desgosto, o realizador Mikhaël Hers, inspirado em Éric Rohmer, decide ambientar a sua história na memória da luz e do calor de três verões passados c om Sasha. Mikhaël Hers marcará presença nas sessões.
A Competição Internacional vai mais longe na ideia de viagem com filmes vindos da China, Dinamarca, Egipto e Grécia. Um dos monumentos cinematográficos desta edição é Jia/The Family (dias 24 e 30 de Abril, domingo e sábado, 14h30 e 15h00, Cinema São Jorge e Museu do Oriente), do chinês residente na Austrália Shumin Liu. Este filme com 4 horas e 40 minutos narra a história de um casal junto há meio século que decide visitar os filhos que as circunstâncias da vida levaram para longe.
In the Last Days of the City (dias 21 e 24, quinta-feira e domingo, 21h30 e 21h00, Culturgest e Cinema Ideal) diz-nos que a cidade onde crescemos é sempre um campo de batalha para as nossas emoções. Foi assim, como uma carta de amor, que Tamer El Said filmou o seu Cairo, e a sua personagem Khalid, um realizador que tenta fazer um filme sobre a cidade, numa altura em que tudo parece abandoná-lo.Tamer El Said apresentará as sessões.
Em Chevalier (dias 25 e 28, segunda-feira e quinta-feira, 19h00 e 22h15, Cinema Ideal), a Competição Internacional reencontra-se com a cineasta grega Athina Rachel Tsangari, que em 2011 mostrou aí Attenberg. Durante uma viagem num iate de luxo, seis amigos resolvem jogar um jogo para saber quem é o melhor homem. As regras implicam sabe r quem monta mais rápido um móvel do IKEA ou quem tem o melhor toque de telemóvel. Uma hilariante desconstrução da masculinidade e das suas inseguranças.
Flotel Europa (dias 26 e 28, terça-feira e quinta-feira, 19h00 e 18h00, Culturgest e Cinema Ideal) fala-nos do destino final dado aos refugiados da guerra na Bósnia na Dinamarca. Em 1992, estes foram mobilizados para um barco gigante chamado Flotel Europa. É aí que vamos encontrar Vladimir, um jovem de 12 anos que fugiu da guerra com a família. É esta jornada de crescimento do realizador Vladimir Tomic que assistimos, duas décadas depois, juntam ente com outras imagens-testemunho filmadas então por outros refugiados nesse peculiar hotel. O realizador Vladimir Tomic apresentará as sessões.