Várias promessas e surpresas na Competição Nacional em 2018

Reforçando o compromisso do festival para com a produção nacional, serão 21 as obras que, na curta e longa metragem, concorrerão aos principais prémios da Competição Nacional. Rodado numa pequena aldeia de Boticas, Bostofrio, où le ciel rejoint la terre, de Paulo Carneiro, é uma viagem documental onde o próprio realizador procura saber quem era, e como era, o seu avô. A terceira longa metragem de Susana Nobre, Tempo Comum, mescla cinema e realidade, retratando intimamente um momento marcante na vida de um casal, o nascimento da sua primeira filha. Em Our Madness, João Viana prossegue o trabalho da sua primeira longa metragem, A Batalha de Tabatô (IndieLisboa 2013). Aqui o realizador acompanha Ernania na sua deriva espectral por Moçambique, à procura do seu marido e filho. Sandro Aguilar volta também ao IndieLisboa com Mariphasa, uma história que volta a ser prova da excelência do seu cinema intrigante com laivos de ficção-científica.

André Gil Mata estreia-se na longa metragem de ficção com A Árvore, depois das curtas Arca d’Água, Casa, O Coveiro e Num Globo de Neve terem passado pelo festival. Rodado integralmente na Bósnia, durante os rigorosos meses de Janeiro e Fevereiro, este é um filme onde o frio nos penetra em extraordinários planos sequência, filmados em película de 16mm.

Uma nova geração a emergir

Aposta forte também nas curtas metragens de produção portuguesa que, este ano, voltam a destacar os nomes que, acreditamos nós, marcarão a produção cinematográfica internacional e nacional dos próximos anos. Das visões mais experimentais de Num País Estrangeiro, de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman a partir do universo literário da obra de Herberto Helder, à voz única de The Great Attractor, de Rita Figueiredo, das experiências ficcionais Histórias de Fantasmas, de Carlos Pereira, ou Fortuna de Miguel Tavares, aos relatos documentais de Os Mortos, de Gonçalo Robalo, e Mapa-esquisito, de Jorge Vaz Gomes, um mais sério, o outro mais divertido.

A ficção é representada por Self Destructive Boys, de André Santos e Marco Leão (que depois de Pedro continuam a mostrar o seu potencial em progressão), Anjo, de Miguel Nunes (obra de estreia do actor na realização, a partir de uma história sua), Amor, Avenidas Novas, de Duarte Coimbra (um filme de escola – ESTC que é uma ode ao cinema independente), Russa, de João Salaviza e Ricardo Alves Jr. (do Bairro do Aleixo para Berlim e agora para Lisboa, uma personagem com uma força surpreendente), Sleepwalk, de Filipe Melo (feito a partir de uma banda desenhada sua e de Juan Cava), A Barriga de Mariana, de Frederico Mesquita (ou o eterno conflito – ter ou não ter), e Instruções Para Uma Revolução, Tiago Rosa-Rosso (em Abril, é tempo de revolução).

Na animação, duas surpresas em tom experimental, o trabalho de Maria Ferreira em Via e Manuel Brito em War of the Worlds.