Longas metragens na Competição Nacional: nos territórios da ficção e do documentário

A competição nacional deste ano inclui quatro longas metragens. Sérgio Tréfaut, premiado por filmes como Lisboetas (2004) e Alentejo, Alentejo (2013), apresenta Treblinka (dias 26 e 30 de Abril, terça-feira e sábado, às 21h30 e às 17h15, Culturgest). Percorrendo os caminhos férreos que ligam hoje Polónia, Rússia e Ucrânia, Tréfaut encontra pistas de um passado que resiste ao slogan do pós-guerra: “Nunca mais”. Não, “Tudo está a acontecer outra vez”.

Pedro Filipe Marques, montador de cineastas como Pedro Costa e Miguel Gomes, apresenta O Lugar Que Ocupas (dias 24 e 29 de Abril,  domingo e sexta-feira, às 21h00 e 21h15, Culturgest), a sua primeira longa metragem depois de A Nossa Forma de Vida, retrato screwball da dinâmica relacional dos avós do cineasta que lhe valeu vários prémios. Uma surpreendente reflexão em registo ensaístico sobre espelhos, representação, teatro e a vida que os infiltra.

José Barahona, há já alguns anos a viver no Brasil, traz-nos uma docu-ficção que adapta o livro homónimo do escritor brasileiro Luiz Ruffato sobre a emigração do país irmão para Lisboa. Estive em Lisboa e Lembrei de Você (dias 28 e 30 de Abril, quinta-feira e sábado, 19h00 e 14h45, Culturgest). No centro da história está Sérgio, de Minas Gerais, que, na iminência de ser pai, se vê obrigado a partir rumo a Lisboa, com uma vida melhor em mente.

Marcelo Felix, que se estreou na realização com A Arca do Éden, traz à competição Paul (dia 27 de Abril e 1 de Maio, quarta-feira e domingo, às 19h00 e 15h00, Culturgest). O filme explora engenhosamente as fronteiras entre criação e objecto. Uma legendadora de filmes sente-se afectada pela obra que tem em mãos, história ambientada num paul e em que as personagens vagueiam incessantemente.